Projeto Renascer

Montes Claros/MG

Projeto Renascer | Janaína

“EU PENSAVA EM NÃO ME TRATAR CASO O DIAGNÓSTICO FOSSE REALMENTE UM CÂNCER...”

Meu nome é Janaína, tenho 45 anos. Eu descobri o câncer trocando de roupa. Encostei por acaso no meu seio e senti que tinha um volume diferente.


“QUANDO TEMOS O HÁBITO DE FAZER O AUTO-EXAME, QUALQUER COISA DIFERENTE QUE APARECE, A GENTE CONSEGUE PERCEBER.”


Quando eu coloquei a mão, apalpei bastante... Falei com meu esposo: "prepara que não vem nada bom por aí". Ele até se assustou porque sou sempre muito otimista com tudo, mas percebi que era algo bem diferente no meu corpo.


A partir daí fui procurar os médicos. A princípio, eu pensava em não me tratar caso o diagnóstico fosse realmente um câncer. Com isso até demorei a decidir o médico que iria procurar. Fiz alguns exames e fui a médicos em busca da certeza do meu diagnóstico. No entanto, eu estava certa em não me tratar, até que foi convidada para um evento do Outubro Rosa em uma clínica.


Lá eu tive informações que eu desconhecia sobre o câncer. Isso porque muitas das informações que temos sobre o câncer são muito destrutivas. Elas fazem com que as pessoas tenham medo bem maior do que elas precisam ter. Muitas pessoas têm medo do tratamento, tem medo de investigar, porque quando se fala em câncer se pensa em morte.


Então a partir daí eu tive mais pressa em buscar o tratamento, porque eu tinha certeza que ia me curar, claro, sem pretensões, sem soberba. Mas aqui através das informações, você percebe que tem uma MAIOR CHANCE DE CURA DO QUE DE MORTE, ATRAVÉS DO TRATAMENTO. Fiz quimioterapia, cirurgia e depois a radioterapia. O câncer que tive foi genético. Tive que fazer a retirada das duas mamas. E estou me preparando para retirar os ovários. Agora estou em remissão, mas me considero curada. O momento mais difícil para mim foi a cirurgia, eu tive muito medo mas não tive problemas com a questão estética tipo cabelo, unhas, pele.


O CÂNCER PODE SER IGUAL NO DIAGNÓSTICO, MAS ELE É MUITO INDIVIDUAL. O que me incomodou no tratamento foram coisas pequenas que geralmente não incomodam outras pessoas, mas passei bem pelo tratamento como um todo. Acredito que quando você decide que vai viver e tenta encarar o tratamento com a cabeça mais leve pode não ser tão sofrido. Acho que sofro mais quando recebo um diagnóstico de uma amiga do que com meu próprio. Acho que sofri mais com sentimento e preocupação da minha família. O câncer é aprendizado, cada pessoa que passa por ele vai entender o seu porquê e para quem está passando por aquilo. QUANDO ESCUTAMOS O DIAGNÓSTICO O QUE REALMENTE ESCUTAMOS AQUI VOCÊ VAI MORRER E NÃO É BEM ASSIM, PASSAR PELO CÂNCER É BUSCA DE VALORES E MUITO APRENDIZADO.


        Janaína Stampone

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